Você conhece a cidade de Caraúbas, no Rio Grande do Norte?
O nome “Caraúbas” vem da natureza. Da árvore majestosa e bem peculiar da região: a Caraubeira ou Ipê Amarelo, que tem folhas amarelas e se estende de forma adensada pela região, ali ao longo do afluente do rio Apodi.
Pesquisadores dizem que os primeiros à chegarem pela região foram os índios Paiacus, que chamavam o lugar de “Carahu-mba”, ou seja: “fruta da casaca negra”. Não demorou muito para que as terras fossem chamadas de Caraúbas.

A pequena Caraúbas hoje tem 20.541 habitantes (CENSO IBGE 2020), e fica a 296km da capital Natal. E lá, bem no coração da cidade existe a “Fazenda Sabe Muito”, fazenda erguida no final do século XVII, quando alguns portugueses vieram para o Brasil, oriundos da Vila de Faral, província do Douro, uma antiga divisão administrativa de Portugal criada em 1832.
Mas porque “Sabe Muito”? Vou explicar. Segundo o escritor Epitácio Fernandes Pimenta, no livro Caraúbas Centenária, um índio Payacu, amigo do português Antônio Coutinho, havia encontrado um olho d’água nas imediações da fazenda. Antônio perguntou se o índio sabia mesmo onde se achava água, o mesmo respondeu: “eu sabe muito”. Coutinho conhecia um pouco de sua língua, achou interessante a maneira do Paiacu falar, e daquele dia em diante deu o nome dessas terras de Fazenda “Sabe Muito”.
Agora fica interessante, porque nesta fazenda existe uma enorme casa grande, a maior casa do município, que impressiona de longe quem a vê. Ela foi construída em 1868, com uma arquitetura colonial pelo Sr. João Magno de Oliveira Pinto, e possui enormes paredes de quatro enormes tijolos. Esses tijolos antigos, por sua vez, sustentam uma cumeeira com mais de 11 metros de altura, além de 27 portas , 11 janelas e 16 cômodos.
Esta casa grande guarda um mistério

E fica ainda melhor. Conta-se que existe uma botija de ouro sob os tijolos da imensa sala da casa. A moradora Edileuza de Oliveira Silva afirmou ter escutado a história de um antigo morador da região, mas nunca se interessou em escavar a área. Será mesmo verdade isso?
Bom, a Edileuza confirma que vem gente “de todo canto” para visitar a casa. Mas de onde teria vindo essa tal botija de ouro? Quem a colocou lá? Teria sido os portugueses? Ainda não se sabe, e nem se pode confirmar que isso é verdade, mas se sabe que esta é uma forte lenda urbana da pequena Caraúbas, que existe há pelo menos 150 anos.

Em 2002 A Casa Grande da “Sabe Muito” foi tombada pela Fundação José Augusto por sua importância cultural para o Estado do Rio Grande do Norte. No ano de 2015 a propriedade foi adquirida pelo empresário Junior Praxedes que começou a promover uma reforma. Até os anos 2010 nos fundos do imóvel havia uma casa de farinha com os equipamentos velhos e sem uso, mas a casa estava abandonada.
Com informações de: Silva; Leite; Silva; Silva (http://www.ipatrimonio.org/), Wikipedia “Caraúbas (Rio Grande do Norte)” e Alex Gurgel para o site Chão Potyguar e TOK de História.
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1 Comentário
Maria das Graças de Menezes Venâncio
(13 de abril de 2021 - 06:57)Bom dia. Recentemente fiz um trabalho do Patrimônio Histórico do RN e consultei trabalhos feitos até por aluno do IFRN, não consta esta casa. Mas, não constam muitos edifícios relevantes da perspectiva histórica e cultural. Conhecia mais aquelas casa de fazenda com um sotão, semelhante a capa de um livro que tenho. Ontem dei a dica do Blog de vcs a um amigo. Eles está gostando.