Você sabia que já existiu no litoral do Rio Grande do Norte uma ilha que foi coberta pelas águas? Pois é. Seu nome era Ilha da Manoel Gonçalves.
A história é tão antiga que quase não possui fotos, mas vou explicar. Lá pelo século 17 existia uma ilha que ficava a noroeste da Ponta do Tubarão, onde hoje é a reserva de desenvolvimento sustentável da praia de Diogo Lopes (entre os municípios de Macau e Guamaré).

Na pequena povoação habitavam gente simples e pobre, pescadores e pequenos atravessadores de especiarias, mas também haviam portugueses com boas condições financeiras, interessados na exploração e no comércio de sal marinho.
Partiam da ilha carregamentos de peixes, couro e sal. Nesse período ocorreram saques por parte de embarcações de corsários, o que até levou os representantes da Coroa a construírem um fortim para defesa, o Forte de Manoel Gonçalves.

Quem fundou essa ilha foram os portugueses Martins Ferreira e seus genros Antônio Joaquim de Souza, Manoel Antônio Fernandes, José Joaquim Fernandes, Manoel Fernandes e o brasileiro João Garcia Valadão, o João da Hora.
Eis que no ano de 1825 as águas do mar do Oceano Atlântico começaram a avançar de uma forma que a população que vivia lá não tinha outro jeito senão abandonar a ilha e procurar abrigo em região próxima.

Os moradores partiram em busca de outro local na mesma região, e acabaram se instalando às margens do Oceano Atlântico, num local que oferecia condições para instalações do povoado. A nova localidade se chamou Alagamar, e depois: Macau.
Segundo Câmara Cascudo, Macau, tem este nome em razão das semelhanças geográficas com a pequena cidade chinesa de Macau (ou Macao), na província de Cantão, que foi território português até 1999. Mas há uma controvérsia em realização à origem do nome. Segundo o escritor Getúlio Moura, em seu livro “Um Rio Grande e Macau”, o nome Macau tem origem nas araras vermelhas que habitavam a região, cujo os indígenas chamavam de “Macaw”.
Outros autores dizem que a palavra vem da palavra chinesa “A-ma-gao”, e que significa “Porto de À Má”, a deusa dos navegantes.

O fato é que a ilha de Manoel Gonçalves foi a primeira povoação do que hoje é o município de Macau, a 175 quilômetros da capital Natal.
A ilha desaparecida foi tema de um livro do professor, escritor e historiador João Felipe da Trindade, clique aqui pra conferir.

No dia 2 de outubro de 1847, de acordo com a Lei nº 158, a cidade se desmembrou e deu origem à Angicos, e tornou-se município do Rio Grande do Norte.
Macau hoje, de acordo com o IBGE (censo de 2018), possui 31584 habitantes.
Isso me lembrou até aquela chocante história da cidade do RN que desapareceu e reapareceu em outro lugar
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Fonte: C. Macauenses, Josefa Clara Lessa
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2 Comentários
Maria das Graças de Menezes Venâncio
(26 de dezembro de 2019 - 12:40)Já fiz mais de um trabalho em Macau. É um município lindo. Mas,fica um pouco isolado de tudo. Vale a pena conhecer. Se não fosse a ajuda de alguns nativos e do grupo de escoteiros locai não tinha conseguido fazer um Diagnóstico do seu potencial turístico. Duas viagens inesquecíveis mar a dentro. A tarde fica tudo calmo. Soube recentemente que continua assim.
Henrique Araujo
(26 de dezembro de 2019 - 13:00)Bacana!