Desde 2014 que o Curiozzzo mostra de maneira criativa que Natal é uma cidade recheada de histórias interessantes, de importância de nível mundial. Porém, há décadas, muitas pessoas, entre cidadãos, responsáveis (moradores ou não), políticos e o poder público, tem o péssimo e grave hábito de cometer descaso com essas histórias, principalmente dos patrimônios edificados que fazem parte dela.
Um exemplo é a residência onde nasceu, no dia 3 de fevereiro de 1899, o primeiro Natalense que a se tornar presidente da República João Fernandes Campos Café Filho, mais conhecido apenas como Café Filho. A antiga casa, de número 22 da antiga Rua do Triunfo, nos dias atuais havia virado a casa nº 96 da Rua Quinze de Novembro, mudando o nome da rua e o número, mas ainda situada no bairro da Ribeira.
Nos início dos anos 2000 ela estava bastante deteriorada, e em 2021 estava reformada, mas uma reforma que a deixou desfigurada e bem longe da original. Na modificação nota-se claramente detalhes estéticos que parecem terem sido feitos com o mínimo ou nenhum esforço possível, sem considerar a importância do lugar, fazendo a casa perder praticamente toda a sua fachada, veja a comparação feita pelo universitário Shisio Rushel:

O Google Street View, consultado hoje (02 de Junho de 2021), traz algo ainda mais assustador. O site mostra uma imagem da casa capturada em Outubro do ano de 2018, quando fachada já estava com uma reforma que a original, porém bem degradada, veja:

Voltando um pouco mais no tempo, indo pra 2016, publicamos aqui no Curiozzzo.com aquele post especial sobre Café Filho, no qual também mostramos uma foto enviada por Gomes de Melo, do blog Poemas e Textos de Pensadores, da casa no ano de 2013, mais precisamente em 31 de Julho, veja abaixo:
QUEM FOI CAFÉ FILHO
Filho de um senhor de engenho, João Fernandes Campos Café, e de Florência Amélia Campos Café, João Café Filho, dividia seu tempo estudando no colégio Atheneu durante a semana, e batendo bola com seus amigos no então longínquo bairro humilde do Alecrim. Mais tarde, ele também fundou e se tornou goleiro do Alecrim Futebol Clube.
Mas o futebol começou a ficar mais distante de Café em 1921, quando passou a atuar como jornalista ao fundar o Jornal do Norte, além da profissão de advogado. Ingressou na política depois de participar da Revolução de 1930, sendo eleito deputado federal em 1934, onde ficou até a instauração do Estado Novo, em 1937.
Em 1945, com o fim do Estado Novo, foi novamente eleito deputado. Em 1950, por imposição do governador de São Paulo Adhemar de Barros, com quem fundara o Partido Social Progressista (PSP), participou da chapa de Getúlio Vargas como vice-presidente. Muito a contragosto de Vargas, Café Filho foi eleito – na época a escolha do vice era desvinculada da do presidente. Com o suicídio de Vargas, em 24 de agosto de 1954, o ex-goleiro do Alecrim se tornou o 18º presidente do Brasil, cargo que ocupou até 8 de novembro de 1955.
Gostou do post? Infelizmente tem mais de onde veio esse. Veja também esse vídeo mostra mais prédios abandonados no bairro histórico da Ribeira (Natal-RN)
Leia mais sobre a casa de Café Filho aqui.
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2 Comentários
Maria das Graças de M. Venâncio
(2 de junho de 2021 - 13:06)Na verdade não foi uma restauração, mas uma transfiguração. Vou ler de novo para verificar onde está o episódio assustador. Acho que ele nunca teve um papel muito relevante na cena política local. Deveria ter outros interesses em ir bater bola no Alecrim. Era filho de família abastada do Vale do Ceará-Mirim. Por hoje é só.
Marcos Café
(7 de dezembro de 2021 - 22:29)Desde àquela época, e por que não atual, ser visível na política era difícil. Ainda mais por ser opositor.
Grato pela publicação.