Quem mora em Natal ficaria surpreso(a) ao ver que uma mulher chegou à sua porta para entregar seu lanche. Isso porque é muuuito raro se ver motogirls pela cidade.
Mas Jôine já faz isso há 15 anos, e se diz muito realizada na profissão. Não só porque ganha elogios, mimos e até lanches dos clientes que visita, mas porque ela já foi vítima de preconceito e o ultrapassou mostrando que é sim muito capaz de fazer o mesmo trabalho que os homens.

Tudo começou aos 20 anos, quando uma abriu uma farmácia e disse que lhe daria um emprego de entregadora. Ela nunca havia pilotado uma moto, mas decidiu aceitar o desafio, afinal era seu primeiro emprego de carteira assinada: “Aceitei, tirei a habilitação de moto, comprei uma e comecei a fazer. Foi o meu primeiro emprego de carteira assinada”, disse ela, acrescentando ainda que só sabe dizer que aceitou, mas não porque aceitou isso.
Jôine conta ainda como é raro ter motogirls em Natal: “Nesses 15 anos eu não vi mais que quatro mulheres trabalhando”. E fala da surpresa dos clientes ao vê-la em suas portas: “Muita gente se surpreende quando chego nas casas. Ninguém espera que seja uma mulher que vai entregar”.
Mas ela sofreu sim o preconceito
Quando tentou entrar em uma instituição filantrópica de Natal, a pessoa que estava à frente da casa desconfiou que a capacidade de Jôine fazer entregas fosse a mesma dos homens.
“Mas eu pedi uma chance, me deram. Aí eu mostrei que tenho a mesma capacidade, ralei duro, às vezes até mais do que alguns homens”, relata.
Tempos depois foi contratada pela instituição, onde já está há 8 anos. Na carteira de trabalho leva o nome de “mensageira” por ser responsável por passar nas casas recolhendo doações.
Felizmente, Jôine nunca presenciou preconceito por ser mulher de quem está em casa, à espera do serviço: “Me oferecem café, comida e, às vezes, a gente está até com fome, mas fica sem jeito de aceitar”, relata. “Já ganhei presentes no fim do ano também”.
Então ela respondeu com superação e crescimento
Hoje, além da instituição, ela trabalha como autônoma em uma cooperativa. Todos os dias sai cedo de casa para recolher as doações até o fim da tarde. A noite trabalha fixa em um restaurante japonês. “Não tenho medo de trabalhar a noite não”, diz ela.
Mas ela conta que na cooperativa onde trabalha também está ao lado de outra motogirl chamada Juciane Oliveira. Lá são 96 motoboys e apenas elas duas como motogirls. Os colegas brincam: “Aqui somos igual ao ‘É o Tchan’, temos a loira (Jôine) e a morena (Juciane). As duas são das melhores motofretistas que temos na rua”, conta Jôine.
Eita Rio Grande do Norte pra ter mulher de garra!
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Fonte: Reportagem Tribuna do Norte
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