Você tem filtro de barro em casa?
Já bebeu muita água neles?
Se sim para qualquer uma das respostas, parabéns! Segundo pesquisas norte-americanas, os filtros tradicionais de barro com câmara de filtragem de cerâmica, muito encontrados em lares nordestinos, são o melhor sistema de filtragem de água que existe.
Os estudos relacionados ao tema foram publicadas no livro “The Drinking Water Book” (O livro da água potável, sem tradução para o português) de Colin Ingram, um pesquisador e cientista com mais de 40 anos de atividade e vários estudos sobre água potável.
No livro ele concluiu que os filtros de barro são os mais eficientes na retenção de cloro, pesticidas, ferro, alumínio, chumbo (95% de retenção) e ainda retém 99% de parasita causador de doenças. Isso porque o sistema de filtragem é “mais calmo” (baixa pressão) e a água passa mais lentamente pelo filtro, gotejando no reservatório inferior. Isso portanto garante que micro-organismos e sedimentos não passem pelo filtro. Deu até sede agora!

Em outras palavras, esse processo lento é o que o diferencia ele dos filtros de forte pressão, aqueles que recebem água da torneira ou da tubulação, os quais são prejudicados exatamente pela força da água, o que pode fazer com que micro-organismos ou mesmo elementos químicos nocivos cheguem ao copo do consumidor.
E a água fresquinha? É por isso que os filtros são feitos de barro! De acordo com a publicação, por conta do revestimento de barro, a água fica até 5ºC mais fria em comparação com a temperatura ambiente. E a economia?Eles [os filtros] não precisam de eletricidade para funcionarem, o que te dá uma economia de dinheiro e energia.
Mas como surgiu o “filtro de barro”?
Entre os séculos 19 e 20 o Brasil sofria com muitas epidemias, com o crescimento das cidades e da população, isso só piorava. Os serviços de água encanada das cidades eram muito insuficientes, e não havia no Brasil um equipamento que pudesse filtrar água de beber de modo eficiente. Então essas epidemias acabavam matando dezenas de pessoas por beberem água suja.
Com a chegada dos imigrantes italianos e portugueses no começo do século passado ao país, chegou ao país também com eles na bagagem velas para filtrar água, que já existiam na Europa. Elas eram peças ainda bem rudimentares, feitas de pedras porosas. Já os filtros eram de metal ou de pedra.
Entre os imigrantes que viviam e trabalhavam em São Paulo, um dia alguém percebeu que as jazidas de argila do interior do estado podiam fornecer material para fazer bons potes de cerâmica. E se podiam fazer bons potes, podiam fazer filtros. Deu certo e foi sucesso imediato. Era água pura, fresquinha e gostosa.
Com o passar do tempo, o filtro foi sendo aperfeiçoado. No início, a vela era um disco de cerâmica porosa, colado com breu e cera. Passaram-se décadas até que chegasse ao que é hoje: por fora, uma camada de cerâmica porosa. Por dentro, uma porção de carvão na parte interna e uma camada de prata coloidal, um produto bactericida usado para purificar ainda mais a água. E o carvão ativado, que tirar o cloro. Pronto! Tava feito o filtro mais poderoso do mundo, e com a sorte da forte presença no nordeste brasileiro.
Mas, afinal, quem teria criado o primeiro filtro? Infelizmente este nome, a história não guardou.
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Fonte: “Globo Repórter”
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2 Comentários
Maria das Graças de M. Venâncio
(21 de junho de 2021 - 23:34)Acho que tomar água de filtro de barro é um ideia aplicável quando se tem um poço artesanal . Mas, onde moro por exemplo não acho que a água seja pura e límpida. Não é recomendável nem filtro de parede.
Henrique Araujo
(24 de junho de 2021 - 10:45)Olá maria, tudo bem? A água que vai pra o filtro pode ser qualquer uma , claro dentro do tratamento da companhia de aguas, as velas seguram o rojão da filtragem.