12 coisas que aconteceram no Carnaval de Natal (RN) de 1959

Se os carnavais de atualmente não são tão marcantes por “n” motivos, os de antigamente eram verdadeiras epopéias da folia.

Veja porque o Carnaval de 1959 é algo que não devem jamais cair no esquecimento.

1. Os blocos de carnaval naquela época eram chamados de agremiações de carnaval, traduzindo: associações ou grupos carnavalescos

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Bloco natalense “Deliciosos da Folia”

Era como um grupo ou uma sociedade, que se formava para juntar esforços e investimentos no carnaval e originavam assim os blocos.

2. A seleção dos blocos que participaram do desfile oficial de carnaval daquele ano foi realizada num evento tradicional conhecido como “grande batalha”

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Naquele ano essa festa aconteceu na Vila Naval, que fica localizada no bairro comercial do Alecrim.

3. O Rei Momo foi o folião José Seabra, que também era um fotógrafo famoso na época

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José Seabra, o fotógrafo e folião que virou Rei Momo em 1959

A Rainha do Carnaval foi uma jovem chamada Joana D’arc Pinheiro Luz.

4. O Prefeito da época, Djalma Maranhão, participou de ensaios, festas, bailes, e claro,  do desfile oficial de Carnaval

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O prefeito Djalma dançando em um baile de carnaval

Ah, e o desfile oficial era chamado de: “Corso”.

5. A famosa orquestra Tabajara foi tocar na cidade de Natal no dia 6 de fevereiro no palanque oficial da então Federação Carnavalesca, e depois em um baile fechado no “Clube América”

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A famosa Orquestra Tabajara na época

A Orquestra Tabajara foi fundada em 1934 em João Pessoa e já foi considerada a mais famosa orquestra popular do Brasil.

6. Quem fazia enorme sucesso naquele tempo com suas músicas carnavalescas no Rio de Janeiro e em Natal era o cantor e compositor Dosinho

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Nascido em Campo Grande no Rio Grande do Norte, Claudomiro Batista de Oliveira, o Dosinho, morreu em 2014, e era o mais famoso compositor não-pernambucano de frevos e marchinhas. Ele criou sucessos entre os anos 50 e 60 como: “Eu não vou, vão me levando”, “Doido também apanha”, “Carnaval com Bin Laden” e “Dólar na Cueca”.

7. Alguns comerciantes da Ribeira tentaram eleger o folião “Zé Areia” como Rei Momo a revelia do oficial “José Seabra”, já devidamente eleito

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O plano golpista dos capitalistas ribeirenses não deu certo para levar ao trono o seu candidato que era conhecido como “canguleiro anarquista”.

8. Anunciaram na imprensa que um vereador iria entrar com um projeto na Câmara em que as nossas antigas majestades momescas formariam um Conselho Carnavalesco, com o intuito de melhorarem os festejos

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Deste fariam parte os ex: Zé Areia, Severino Galvão, Luís Morais, Zé Seabra e Luizinho Doblecheque, entre outros mais antigos.

9. Naquele ano foi fundado o bloco de elite “Apaches”, composto só de homens

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Bloco Apaches na época

Eles vestiam vistosas fantasias inspiradas na tradição indígena norte-americana.

10. Também foi inaugurada naquele ano o Clube Social Esportivo ABC, na Avenida Afonso Pena

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Na primeira sede que o ABC teve aconteceram incontáveis e memoráveis bailes carnavalescos.

11. A Anna Maria Cascudo, filha de Câmara Cascudo, tinha apenas 22 anos e era colunista do jornal A República

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Ela teceu comentários elogiosos a respeito do nosso famoso cantor e compositor carnavalesco Dosinho. Anna Maria morreu de câncer este ano.

12. Por fim, os principais blocos (agremiações) de 1959 foram: A Plebe, Bloco Satélite e Karfajestes. O último fazia um baile tradicional onde se escolhia a Rainha do Carnaval

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Um outro bloco de muito sucesso popular naquele ano foi o “Pingüins do Amor”. Segundo o escritor e memorialista do carnaval potiguar, Ticiano Duarte, o bloco era comandado pelo carnavalesco Xixico, que também era proprietário do antigo Cinema Rex.

Sem dúvida a década de 50 foi de verdadeiras epopéias da folia! Veja como foi o carnaval em 2015.

Fonte: Jornal A República reproduzido por Gutenberg Costa (Tribuna do Norte) para o site Natal de Ontem,, Cultura Potiguar e Blog do Miranda Gomes .

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Henrique Araujo

O criador do Curiozzzo é formado em Sistemas de Informação, já foi dono de startups, administrador de grupos, empresário, mas sempre foi um amante da internet, primeiro como desenvolvedor e depois como produtor de conteúdo, desde a chegada dela no Brasil. Em 2014 criou o blog e encontrou na história e na cultura de onde mora uma nova paixão. Hoje ele leva o Rio Grande do Norte para o mundo de forma respeitosa, criativa, curiosa e única. Siga-o: instagram.com/henrique.e.araujo

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