Entre os anos 60 e 70 a cidade de Natal vivia intensamente o surgimento do Rock’n Roll, ritmo que chegou até a ser proibido. As famílias e as mídias mais conservadoras tinham medo daquela era, e os jovens em geral eram fascinados com a chegada das músicas, dos filmes, das lambretas e posteriormente dos carros da geração, como o Karmann Ghia.

Os homens jovens e abastados, ou melhor, os “playboys riquinhos”, que antes circulavam em lambretas e motos, passaram a utilizar carros e organizavam “pegas” alucinantes nas pistas da Avenida Hermes da Fonseca, Deodoro da Fonseca e Rua Potengi, no centro da cidade.

Os “pilotos” gostavam de se exibir para as meninas em frente à Escola Doméstica, o colégio Atheneu e o CIC (Colégio Imaculada Conceição). E a polícia? Bem, a estrutura de fiscalização do Detran se resumia a um único jipe azul bem velho que sempre ficava “na saudade” quando tentava alcançar os playboys. As corridas reuniam dezenas de curiosos, que se reuniam à noite na curva da pista que ficava na Praça Pedro Velho ou na descida da Rádio Poti, para acompanhar as manobras radicais.

Os moradores da região se empolgavam mesmo era com algumas corridas “oficiais” que chegaram a ocorrer. As ruas eram isoladas e havia limitação de velocidade em alguns trechos, estas nem sempre obedecidas. A população em peso acompanhava esses eventos mesmo sem arquibancadas ou camarotes. Os expectadores se viravam sem proteção nenhuma em cima de muros e até em cima de postes e árvores. Havia até torcida organizada.
Lembrando que os “pegas”, “rachas” e outras competições não oficiais são práticas perigosas e proibidas pelos órgãos de trânsito em todo país.
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Com informações do livro “Natal no Século XX” de Fred e Carlos Sinezando Rossiter
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