7 super curiosidades históricas sobre o sal do Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte sozinho responde por 95% do sal produzido em todo país. Só em Macau são 1.000 toneladas de cristais de sal de alta pureza, que fazem do Brasil o quinto maior produtor do mundo.

Desde 1802 que existe exploração de sal no estado

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Salineira da época – Foto do acervo Rostand Medeiros @ TOK de História

Há mais de 200 anos explorações normais e extensivas acontecem em Mossoró, Areia Branca, Açu e Macau. Mas jazidas espontâneas já eram conhecidas desde o início da colonização.

Mas a primeira referência que se tem sobre sal no RN aconteceu em 1605!

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Antiga usina de sal que ficava localizada no início do istmo macauense. Acervo histórico do engenheiro Haroldo Martins. Via: http://macauemdia.blogspot.com.br

Isso pode ser comprovado pelo documento que Jerônimo de Albuquerque, um dos fundadores da cidade de Natal, escreveu para seus filhos Antônio e Matias em 20 de agosto de 1605. No documento ele fala de salinas formadas espontaneamente a aproximadamente 40 léguas ao norte, o que corresponde hoje as salinas da cidade de Macau.

Entre 1844 e 1845, 78 barcos carregaram, só em Macau, 59.895 alqueires de sal

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Barco tradicional da época utilizado no transporte de sal. Foto do acervo Rostand Medeiros @ TOK de História

Que são aquelas bolsas ou cestas que se coloca sobre o dorso animais e ficam pendente para ambos os lados.

Porém, embora o sal extraído no RN tivesse uma excelente qualidade natural, ele ainda perdia para o Europeu

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Salinas em Lançarote – Ilhas Canárias (arquipélago espanhol no Oceano Atlântico). Via: Blog do Professor Marciano Dantas

Isso por causa das más condições de exploração e produção. O sal europeu era mais barato e melhor preparado. Além do mais havia uma especial dificuldade no transporte por causa do acúmulo de lixo, areia e pedras das beiras dos rios Mossoró e Açu, o que aumentava muito o preço do sal potiguar.

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Em 1886 foi criado um imposto protecionista para tributar o sal estrangeiro e tudo melhorou muito

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Moinho de 1940 cuja função era bombear a água do mar para a formação do sal em Macau (RN). Foto: O Baú de Macau.

Foi quando o sal produzido no Rio Grande do Norte passou a ser competitivo, o que impulsionou totalmente o desenvolvimento da indústria salineira.

Dentre os municípios produtores de sal no RN está um que é um fenômeno no assunto: Mossoró

Mecanização das salinas do RIo Grande do Norte. Foto: Alex Gurgel @ Vento Nordeste
Mecanização das salinas do Rio Grande do Norte. Foto: Alex Gurgel @ Vento Nordeste

O sal potiguar é produzido mais precisamente em Galinhos, Guamaré, Macau, Caraúbas, Areia Branca, Grossos e lá.

Sim, Mossoró, que não fica em litoral, também produz sal, e aqui vai a explicação deste mistério

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Salina de Mossoró

Trata-se de uma fórmula complexa envolvendo vários elementos da natureza, que juntos e coesos permitem o milagre natural da produção de sal por lá.

Acontece que o clima predominante em Mossoró é semiárido quente com poucas chuvas ao ano. As temperaturas variam entre 24º e 35º na maior parte dos 12 meses e, além disso, o ar da cidade apresenta baixo teor de umidade e elevada evaporação.

A intensidade de irradiação solar na cidade varia entre 120 e 320 horas/mês, e a velocidade dos ventos 3,8 e 4,4 m/s. Junto a isso ainda existe um solo impermeável, o que assegura condições ideais para a cristalização e colheita do sal, com um alto grau de pureza (até 98 de Baumé – uma escala hidrométrica criada pelo farmacêutico francês Antoine Baumé em 1768 para medição de densidade de líquidos).

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Fonte: TOK de História – O Sal do Rio Grande do Norte

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Henrique Araujo

O criador do Curiozzzo é formado em Sistemas de Informação, já foi dono de startups, administrador de grupos, empresário, mas sempre foi um amante da internet, primeiro como desenvolvedor e depois como produtor de conteúdo, desde a chegada dela no Brasil. Em 2014 criou o blog e encontrou na história e na cultura de onde mora uma nova paixão. Hoje ele leva o Rio Grande do Norte para o mundo de forma respeitosa, criativa, curiosa e única. Siga-o: instagram.com/henrique.e.araujo

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